Arquivo

Archive for the ‘Português’ Category

Por que meu terceiro casamento acabou.

Era uma noite de sábado e minha esposa, digo, ex-esposa e eu estávamos em casa, sentados no sofá da sala, assistindo a um programa qualquer que passava na TV. De repente, ela pegou o controle remoto, abaixou o som da TV, olhou para mim e disse:
– Ando cansada de ficar em casa. A gente precisa sair mais, ir ao shopping, a um barzinho, restaurante… Ver gente… Sei lá, fazer alguma coisa.
E eu, sem maldade alguma, respondi:
– Sair de casa pra quê? Toda vez que a gente sai, em vez de aproveitar o momento, o passeio, o lugar, você fica “rolando” Facebook e WhatsApp no celular!

Categorias:Crônicas, Português

Escolhendo tomates.

Ontem, fui ao varejão para comprar algumas coisinhas para a ceia de Natal. Lá, vi uma senhora muito delicadinha escolhendo tomates. Peguei um saquinho plástico, me aproximei dela e comecei a escolher alguns também.

Enquanto ela apalpava os tomates, como toda pessoa normal o faz, eu usava um método um pouco diferente: eu pegava os frutos e os colocava perto da orelha, um a um, como se estivesse escutando alguma coisa deles. Fiz isso com uns oito, mais ou menos. Alguns, eu coloquei de volta no monte; outros, coloquei dentro do saco plástico.

Enquanto escutava os tomates, eu disfarçadamente olhava a velhinha através do espelho que fica sobre a bancada. Reparei que ela me olhava com um ar de estranhamento e curiosidade ao mesmo tempo. Como ela olhava para mim, não percebia que eu a observava pelo espelho.

Ao finalizar com os tomates, segui em direção à bancada de cebolas. Passei pela velhinha, olhei para ela, sorri e a cumprimentei. Ela, muito simpática, sorriu de volta e também me cumprimentou. Repeti o processo com as cebolas. Pegava uma, colocava perto do ouvido por alguns segundos, dava uma balançadinha nela e depois a colocava dentro de outro saquinho plástico, ou a descartava, dependendo da minha escolha. Detalhe, sempre observando a velhinha, disfarçadamente, pelo espelho. Ela continuava na bancada dos tomates e não parava de me olhar. Ela estava muito intrigada com aquilo; era notável, em seu rosto.

Peguei outro saquinho e fui para a bancada das batatas. Mesma coisa. Batatas na orelha e etc. A esta altura, a velhinha já não escolhia mais nada no varejão; estava por conta de me observar, embora ainda segurasse um tomate em uma das mãos. De repente, ela se aproximou de mim e, muito educadinha, perguntou:

– Meu filho, o que você está fazendo?
– Oi?
– O que é isso que você está fazendo?
– Isso o quê, senhora? – respondi como se não estivesse entendendo do que se tratava.
– Você está colocando as coisas na orelha…
– Ah, sim. Estou escolhendo as batatas – eu disse educadamente e com a maior naturalidade.
– Mas você escolhe, colocando na orelha?
– Sim. A senhora escolhe apalpando ainda?
– É, uai. Eu sempre fiz assim, minha vida inteira – e deu uma gargalhada gostosa.
Eu ri junto e continuei:
– Eu fazia assim também, até que descobri esse jeito novo.
Ela continuava rindo, não se conformava com a minha técnica.
– Mas o que você escuta aí?
– Para falar a verdade para a senhora, eu não sei, não. Eu não escuto nada, mas, mesmo assim, eu escolho.
Rimos juntos. Muito. Ela era realmente muito simpática. Então, eu disse:
– Faço isso com alguns legumes e frutas. Já me acostumei. Só não faço com folhas.
– Essa é nova para mim, meu filho.
Rimos mais um pouco. Então, desejamos boas festas um ao outro e nos despedimos.

Amarrei meus saquinhos e me dirigi ao caixa. Paguei a conta e, enquanto esperava o rapaz colocar as compras nas sacolas, olhei para a velhinha. Ela estava em frente à bancada de abobrinhas, segurando uma na mão direita, perto da orelha. Poucos segundos depois, ela colocou a abobrinha no saquinho plástico. Aí, ela olhou na direção do caixa e me viu. Eu fiz um sinal de “jóia” para ela e perguntei:

– Funciona, não funciona?
Ela também fez um sinhal de “jóia” e respondeu:
– Funciona!

Rimos muito e nos despedimos com gestos. Peguei minhas sacolas e fui embora.

Categorias:Crônicas, Português

Faça…

Faça o que eu eu faço, não o que eu falo. Não, não é isso, não! Faço o que eu falo, não o que eu… Não, não. Faço… Não. Falo… Iiih! Faça… É… Faça o que eu falo, não faça o que eu fa… Caramba! Faça o que fala, não o que eu… Aaaaahhh! Não me imite, me ouça!

English Version

Categorias:Nonsense, Português

Por que meu segundo casamento acabou.

Era uma sexta-feira, mais ou menos três e meia da tarde. Eu estava no trabalho e, de repente, do nada, sem motivo algum, tive um surto de “tesão”. Queria eu poder explicar, mas não sei o que me aconteceu. Enfim… Imediatamente, liguei para minha esposa. Ela atendeu e o diálogo correu mais ou menos assim:
– Alô?
– Oi. Tudo bem?
– Bem, e você?
– Com tesão.
– Nossa!
– É, estou louco para ir embora para casa.
– Ah, é?
– É. Vou acabar com você quando eu chegar!
– Huuum! O que você vai fazer?
– O que você quer que eu faça?
– Não sei. Surpreenda-me!
– Ah, é? Pode deixar, então.
E, de resto, apenas nos despedimos e desligamos. Passei o resto da tarde – que parecia não ter fim – com tesão. Não via a hora de ir embora.
Quando finalmente cheguei em casa, minha esposa já me esperava. Ao ouvir o barulho do alarme do carro, ela abriu a porta e, curiosa e espantada, perguntou:
– Quem é essa?
E eu respondi:
– É a Sheila, minha colega, lá do trabalho.
– E?
– Ué! Você não pediu que eu a surpreendesse? Então! Eu perguntei à Sheila se ela topava fazer um “ménage” com a gente e ela topou! O que você acha? “Vamo” lá?

Categorias:Crônicas, Português

É. Vamos dormir.

Aqui estão algumas das minhas postagens de 2013, do meu perfil do Facebook, em que eu me despedia dos meus amigos e ia dormir.

É. Vamos dormir, pois faz bem para os mamilos.
É. Vamos dormir, pois faz bem para a bílis.
É. Vamos dormir, pois faz bem para o fêmur.
É. Vamos dormir, pois faz bem para a saliva.
É. Vamos dormir, pois faz bem para os vizinhos.
É. Vamos dormir, pois faz bem para as remelas.
É. Vamos dormir, pois faz bem para as cutículas.
É. Vamos dormir, pois faz bem para o cóccix.
É. Vamos dormir, pois faz bem para o pomo de adão.
É. Vamos dormir, pois faz bem para as gengivas.
É. Vamos dormir, pois faz bem para a virilha.
É. Vamos dormir, pois faz bem para os metatarsos.
É. Vamos dormir, pois faz bem para a glote e a epiglote.
É. Vamos dormir, pois faz bem para a omoplata direita.
É. Vamos dormir, pois faz bem para a sexta costela.
É. Vamos dormir, pois faz bem para os corpos cavernosos.
É. Vamos dormir, pois faz bem para a linfa.
É. Vamos dormir, pois faz bem para as verrugas.
É. Vamos dormir, pois faz bem para as pregas.
É. Vamos dormir, pois faz bem para as cutículas.
É. Vamos dormir, pois faz bem para os calcanhares.
É. Vamos dormir, pois faz bem para as unhas.
É. Vamos dormir, pois faz bem para as juntas.
É. Vamos dormir, pois faz bem para o umbigo.
É. Vamos dormir, pois faz bem para a úvula.
É. Vamos dormir, pois faz bem para as axilas.
É. Vamos dormir, pois faz bem para os calcanhares.
É. Vamos dormir, pois faz bem para a graxa que envolve a mola do joelho.

Categorias:Nonsense, Português

Tenho uma preguiça…

Aqui estão algumas das minhas postagens de 2013, do meu perfil do Facebook, em que eu citei coisas das quais tenho preguiça.

Tenho uma preguiça de peru de Natal que dura até o Ano Novo.
Tenho uma preguiça de consultório médico que só tem revistas velhas na sala de espera.
Tenho uma preguiça de dias cinzentos.
Tenho uma preguiça de quem fala “Mandiba” (Madiba = Nelson Mandela).
Tenho uma preguiça de quem fala Google “ChromER”.
Tenho uma preguiça de ouvir o Boris Casoy dizer, “Isto é uma vergonha!”
Tenho uma preguiça de etiqueta de roupa que arranha a gente.
Tenho uma preguiça de quem fala “blutú” (bluetooth).
Tenho uma preguiça de quem fala “xópem” (shopping)…
Tenho uma preguiça de quem escreve verbos no infinitivo sem o “R”…
Tenho uma preguiça de quem fala “chinela”…
Tenho uma preguiça de quem fala “partilhêra” (prateleira)…
Tenho uma preguiça de quem põe o papel higiênico no suporte, com a folha saindo por baixo do rolo.
Tenho uma preguiça de quem bloqueia corredor de supermercado com o carrinho.
Tenho uma preguiça de quem escreve “voçê”.
Tenho uma preguiça de quem fica me cutucando enquanto conversa comigo.
Tenho uma preguiça de quem fala “asterístico”.
Tenho uma preguiça de quem não percebe que o quadro dependurado na parede está torto.
Tenho uma preguiça de quem fala “guspir” (cuspir).
Tenho uma preguiça de quem não sabe configurar a TV digital e deixa a imagem esticada.
Tenho uma preguiça de quem canta desafinado.
Tenho uma preguiça de quem diz “… muitos anos DÊ vida” quando canta “Parabéns a você”.
Tenho uma preguiça de quem diz “benditeu fruto” quando reza a Ave Maria.
Tenho uma preguiça de quem fala “menino-homem” e “menina-mulher” quando se pergunta o sexo de uma criança.
Tenho uma preguiça de ligar o rádio e ouvir só o que eu não quero ouvir. (Sim, eu desligo. Lógico.)
Tenho uma preguiça de quem assobia a introdução de Patience (Guns N’ Roses), junto com a música, quando ela começa a tocar em algum lugar.
Tenho uma preguiça de quem não sabe fazer a “batidinha” da campanha de fim de ano da Globo. (Tum Tum Tá, Tum Tum-Tum Tchi)
Tenho uma preguiça de anúncio de supermercado, quando a pessoa diz, “Atenção, Fulano, favor comparecer ao caixa tal, pois o cliente LHE aguarda.”
Tenho uma preguiça de quem não lê o meu blog. (hahahahaha) Não aguentei! Tive que aproveitar o bordão para fazer uma propaganda!

Categorias:Nonsense, Português

Eu e o Yakult, o Yakult e eu.

Aqui estão algumas das minhas postagens de 2013, do meu perfil do Facebook, relacionadas com Yakult. Adoro!

Preciso de um Yakult. Gelado. De dois litros. E meio.

Conceito de Felicidade: Querer tomar um Yakult e saber que há um pacote na geladeira.

Yakult: agite bem antes de beber. Não tem o perigo de matar os lactobacilos, não?

Acabou o Yakult. Acabou o cappuccino. Começou minha tremedeira. Vício.

Nada melhor que beber três Yakults de manhã. OK, beber quatro é melhor.

Minha esposa disse que não se deve misturar melancia com Yakult, pois faz mal. Bom, se é assim, está decidido: nunca mais como melancia!

Dúvida 1: se eu colocar Yakult em um recipiente e observá-lo com um microscópio, consigo ver os lactobacilos vivos se mexendo?

Dúvida 2: Os lactobacilos do Yakult, depois de envasado, se alimentam de quê, para permanecerem vivos? Do próprio líquido do Yakult? Será que rola canibalismo, também?

Dúvida 3: O ser que se alimenta, também evacua, correto? Então, os lactobacilos… no Yakult… Estou começando a ficar preocupado.

Se a Yakult me desse um pacote de Yakults por dia, eu tatuaria a logomarca deles sobre minha omoplata direita. A omoplata esquerda já está reservada, aguardando resposta de uma proposta que fiz para o Burger King.

Rato na Coca-Cola, água oxigenada no leite Centenário, desinfetante no suco de soja AdeS… Espero que, no Yakult, existam apenas os lactobacilos vivos, mesmo.

Atenção! Foram encontrados lactobacilos dentro de frascos de Yakult! E, pasmem… eles estavam vivos!

Não tomei Yakult, hoje. Já está me dando tremedeira. Viciado, não! Apreciador assíduo.

Meu filho acabou de tomar 4 Yakults seguidos. Não preciso de teste de DNA. É meu filho, mesmo.

Eu comeria, tranquilamente, um pudim de Yakult agora, de sobremesa.

Porque metade de mim é Danette, e a outra metade, Yakult. Amém, Oswaldo Montenegro.

Tinha 18 Yakults na geladeira. Tinha.

Meu filho recusou Yakult. Vou levá-lo ao médico. É grave.

Por que tudo que é bom (comida) faz mal, faz engordar? Por que o saboroso raramente anda junto com o saudável? Por que estou tão revoltado com isso? Cadê meu Yakult?

Categorias:Nonsense, Português

Se minha cachorrinha pudesse me enviar mensagens pelo celular…

Há pouco tempo, vi um viral que rodou a Internet, simulando diálogos hipotéticos entre cachorros e seus donos, por mensagens de texto de celular. Hilário! Genial! Então, fiquei pensando, “e se a MINHA cachorrinha tivesse um celular e pudesse me enviar mensagens pelo WhatsApp”…

DIÁLOGO 1
– Estou com fome. Que horas é o almoço?
– Eu já pus ração no seu comedouro.
– Eu sei, eu vi.
– Então. Bom apetite.
– Não, que horas é o SEU almoço?

DIÁLOGO 2
– Vou subir no sofá.
– Não vai, não.
– Vou, sim!
– Se você subir, irá dormir na garagem!
– OK, já desci.
– “Feadamãe”!

DIÁLOGO 3
– Pai, abra a porta! Quero entrar.
– Mas você acabou de sair…
– É, mas não estou gostando do cheiro daqui da garagem.
– Cheiro? De quê?
– Ah, sei lá… De garagem.

DIÁLOGO 4
– Branca, que “latição” é essa?
– Estou conversando com o Rex.
– Quem é Rex?
– O cachorro do vizinho.
– Mas, precisa mesmo dessa barulhada?
– Ele não tem WhatsApp.

DIÁLOGO 5
– Ih, meu pai é muito careta; não me deixa namorar, não.
– Que palhaçada foi essa, Branca?
– Ops! Foi mal, pai. A mensagem era para o Rex. Enviei para o senhor sem querer.
– Mais respeito, viu, mocinha! Careta, não!
– É isso ou netos. Estou no cio. O senhor quer netos?
– OK, mande logo essa mensagem para o Rex.

English Version

Categorias:Nonsense, Português

Valores distorcidos

Médico salva vidas.
Lixeiro recolhe o lixo do médico.
Médico não recolhe seu próprio lixo.

Médico estuda muito.
Lixeiro não estuda tanto quanto gostaria.
Mesmo com muito estudo, o médico continua não recolhendo seu próprio lixo.

O lixeiro depende do médico uma vez ou outra, quando adoece.
O médico depende do lixeiro todos os dias, principalmente para não adoecer (com o acúmulo do seu próprio lixo).

A humanidade e sua mania infeliz de distorcer valores, dar mais importância ao ter e ao parecer do que ao ser, desmerecer quem tanto merece e prestigiar quem também merece, porém com um exagero desnecessário.

Ah, humanidade, se tu fosses mais humana…

English Version

Categorias:Crônicas, Português

Algumas coisas que me irritam…

– escapamento de carro/moto barulhento;
– cócegas;
– vento batendo em janela bamba;
– chiclete com embalagem bonita e sabor horroroso;
– etiqueta de cueca;
– filas;
– “esperar” pelo ônibus (andar de ônibus, tudo bem);
– gente que fala mal do Roberto Carlos, Elvis Presley, Stallone, Ellen Roche e Topo Gigio;
– unha mal cortada agarrando na roupa;
– gente que não gosta de cachorro;
– dobrar bula de remédio, depois de desdobrada;
– ouvir música ruim do vizinho;
– pagar para comer mal;
– copo, prato e talheres sujos;
– Cidade Alerta e afins;
– cheiro de barata;
– tomate maduro;
– a extinção do trema;
– filme com final aberto;
– o novo padrão brasileiro de tomadas;
– frio com chuva;
– calor com chuva;
– chuva;
– corredores de supermercados;
– quadro torto na parede;
– maçaneta redonda;
– geladeira sem Yakult;
Categorias:Nonsense, Português